ARTIGOS
DISCURSO
DE APRESENTAÇÃO DO BRASÃO DE ARMAS DE MOMBAÇA
Brasão
de Armas de Mombaça
Exma.
Sr.ª Elidiana Carvalho, presidenta desta casa legislativa, demais
vereadores, senhores e senhoras.
Sinto-me
honrado em compor este plenário e participar da sessão deste
poder que, há 160 anos, toma parte das decisões político-administrativas
do município de Mombaça.
No dia 15 de janeiro
de 1853, o município de Mombaça foi instalado com o topônimo
de Maria Pereira, em homenagem à sesmeira pernambucana que é
considerada a fundadora deste núcleo populacional.
Concomitantemente
com a instalação do município foi empossada a sua
1ª Câmara Municipal, composta por sete membros, cujos vereadores
foram eleitos a 7 de novembro de 1852, todos integrantes do Partido Conservador,
que era liderado pelo padre e deputado provincial Antônio José
Sarmento de Benevides.
Dentre
os vereadores eleitos e empossados, assumiu a presidência da Câmara
Municipal o vereador mais votado, conforme determinava a Constituição
Política do Império, de 1824, o cidadão Manoel Procópio
de Freitas, trisavô paterno do nosso amigo vereador Fernando Antonio
Alves de Alencar, popularmente conhecido como Borel Alencar.
Portanto,
de fato, a emancipação político-administrativa de
Mombaça ocorreu por volta das 9 horas de uma manhã festiva
do dia 15 de janeiro de 1853.
Àquela
época a então vila de Maria Pereira, recém-instalada
e emancipada, se resumia a umas 80 casas e uma pequena igreja, que servia
de matriz, no mesmo local onde se localiza a atual matriz de Nossa Senhora
da Glória.
Uma
destas casas, no entorno da igreja, foi destinada para as funções
da Câmara Municipal. Por conseguinte, nada mais simbólico,
que o edifício Francisco Pinheiro Jota, que abriga esta casa legislativa,
se situe neste local, também nas proximidades da igreja de Nossa
Senhora da Glória.
Senhores
e senhoras.
Há
aproximadamente 60 dias tomei parte do projeto de criação
do brasão de armas do nosso município. A este projeto dispendi
esforços, dedicação e, acima de tudo, paixão,
por estar prestando, de forma desinteressada, um serviço à
nossa terra, às nossas raízes.
Mesmo
sendo natural do vizinho município de Senador Pompeu, parafraseando
o jurista, escritor, professor e político brasileiro Alcântara
Machado (1875-1941), afirmo: “Mombacense sou, há trezentos
anos.”
Faço
tal afirmação com a convicção de quem tem
no sangue os genes de dois dos primitivos desbravadores dos Sertões
de Mombaça: pelo lado paterno, minha nonavó, a pernambucana
Maria Pereira da Silva; pelo lado materno, meu pentavô, o capitão
português Pedro da Cunha Lima.
Volto
à Alcântara Machado (1875-1941) para citar um trecho de seu
discurso de posse na Academia Brasileira de Letras - ABL, proferido no
dia 4 de outubro de 1933, uma oração de amor à sua
terra natal: “A fala provinciana, que me embalou no berço,
descansada e cantada, espero ouvi-la ao despedir-se do mundo, nas orações
da agonia. Só em minha terra, para minha terra, tenho vivido; e,
incapaz de servi-la quanto devo, prezo-me de amá-la quanto posso.”
A
confecção de um brasão de armas requer conhecimentos
históricos e heráldicos, duas ciências interdisciplinares.
A
heráldica é a arte e a ciência do brasão. Para
a composição de um brasão de armas é necessário
que se atenda a umas tantas regras, além de algumas leis, universalmente
aceitas, que regem toda a sistematização heráldica.
E uma dessas leis, conforme o heraldista Waldemar Baroni Santos, preconiza
que “um brasão deve ser regular, simples e completo.”
A este conjunto de regras e leis se chega a um brasão heraldicamente
perfeito.
Lembramos
que o brasão de armas pertence ao município de Mombaça
e deverá ser utilizado como símbolo oficial, conforme preceitua
a lei municipal que o cria e o regulamenta, tanto pela Prefeitura Municipal
de Mombaça, como pela Câmara Municipal de Mombaça.
Conforme
descrito na justificativa do projeto de lei da criação do
brasão de armas do município de Mombaça: “O
brasão ou escudo é a figura que, segundo as leis heráldicas,
se constituem nas armas, isto é, sinais simbólicos da história
e dos valores de um povo. A ideia é que o brasão de armas
seja instituído como um dos símbolos oficiais do governo
municipal, com o objetivo de coibir autopromoção, além
de evitar despesas significativas relacionadas a modificações,
devido a cada mudança de governo municipal. Por essa proposta,
o brasão será utilizado, por exemplo, de forma padrão
e exclusiva em peças de mídia exterior, propagandas, crachás,
ofícios, circulares, placas de identificação, veículos
e prédios públicos, etc., constituindo-se num símbolo
oficial municipal, personalizando a gestão pública municipal
e evitando-se o personalismo do gestor, em conformidade com o princípio
da impessoalidade da administração pública.”
Finalizo
agradecendo a algumas pessoas que contribuíram com o nosso trabalho:
ao designer gráfico Thiago Cardoso Gurgel, ao vice-presidente do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CMDCA Averardo Ferreira da Silva, ao secretário municipal de Juventude,
Esporte e Cultura Ney Werbson Moreira Alves, à primeira dama do
município Jakelini Evangelista e, especialmente, ao prefeito municipal
de Mombaça Ecildo Evangelista Filho, que nos confiou tão
árdua e honrosa missão.
Muito obrigado a todos!
(Discurso proferido na sessão da Câmara Municipal de Mombaça
que aprovou por unanimidade o projeto de lei enviado pelo prefeito municipal
de Mombaça Ecildo Evangelista Filho que criou o brasão de
armas do município, em 16/02/2013).
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