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ARTIGOS
CARTA DE AGRADECIMENTO
Plácido
Aderaldo Castelo
Pedro
José Freire Castelo*
Senhor
Presidente,
Neste
ato solene, não nos move a pretensão de ser erudito na casa
dos eruditos e, nem muito menos, fazer história na casa dos historiadores.
Aqui
estamos nós com a grata incumbência de representar os 12
descendentes de Plácido e Netinha Castelo, em razão da comemoração
do transcurso do centenário de nascimento do nosso saudoso pai.
No
ano do seu centenário, poderíamos recordar seus feitos políticos,
mediante a lembrança de sua atuação na Assembléia
Legislativa ou de suas obras frente ao governo do Estado.
Poderíamos
lembrar, igualmente, sua atuação como jornalista na “A
Farpa”, no “Unitário” ou no “O Nordeste”
ou, ainda, como redator do jornal “O Estado”.
De
igual modo poderíamos fazer menção a sua atuação
como Juiz Municipal de Juazeiro do Norte na época em que Padre
Cícero ainda vivia, em que participou da criação
da Escola Normal Rural, da Cooperativa de Crédito que se transformou
em Banco do Juazeiro e, posteriormente, em BIC.
Não
são menos relevantes suas iniciativas de criar o Instituto de Previdência
do Estado do Ceará - IPEC, do Instituto do Algodão, de presidente
da OAB - Ce, de batalhar pela criação da Faculdade de Veterinária
do Ceará e da Escola de Administração do Ceará,
de criar o Instituto do Câncer, de promover a interiorização
do Banco do Estado do Ceará - BEC, de eletrificar sedes municipais
e distritos, de construir estradas que ainda são extremamente importantes
para nossa economia, como é o caso da “Estrada do Algodão”
e, também da “Estrada Litorânea”.
No
entanto, para seus filhos, o que consideramos relevante neste momento,
e que efetivamente nos toca, é a lembrança da sua figura
de pai. Pai vigilante, atento, de cobrador emérito, carinhoso,
beijoqueiro, que não perdia oportunidade de ser afetuoso. Incutiu
em cada um de nós, o senso da responsabilidade, da noção
da transitoriedade do poder e - disto, podem ter certeza -, pois que não
nos deixava usar carro oficial em nossas locomoções. Da
devolução ao erário de diárias recebidas e
não utilizadas por ele por ocasião de viagens oficiais.
Nós
tivemos o exemplo vivo da austeridade, do respeito intransigente ao que
era público, do compromisso de bem servir, como se diria hoje -
tudo em tempo real.
Convivemos
e vivenciamos, também, o sertanejo saudosista, pois nada era mais
importante para ele que a Mombaça dos seus afetos, a Mombaça
do Banabuiú.
Senhor
presidente, permita-nos, neste ensejo, solicitar ao Dr. Lúcio Alcântara,
político de larga sensibilidade histórico-cultural, provado
que foi quando Senador da República e esteve à frente do
Instituto Teotônio Vilela, para que re-edite a monografia nº
22 da Coleção Instituto do Ceará - História
do Ensino do Ceará, de autoria de nosso pai, da mesma forma como
aconteceu com a História das Secas, de Joaquim Alves.
Ao
fim, gostaríamos de expressar o nosso mais alto reconhecimento
ao Instituto do Ceará - na pessoa do seu presidente Dr. Manoel
Eduardo Pinheiro Campos, entidade da maior representatividade no que diz
respeito à pesquisa e aos estudos sobre o nosso Estado no tocante
à história, geografia e a antropologia, pela realização
desta sessão solene, pois aqui ao que nos parece, comemora-se -
duplamente -, o centenário de um político que governou o
Estado do Ceará, mas que antes disso teve o privilégio de
pertencer a este sodalício na condição de sócio
efetivo, desenvolvendo trabalhos em prol da cultura cearense.
Da
mesma forma, agradecemos ao Exmo. Sr. Governador Lúcio Alcântara
pelo apoio e co-patrocínio desta comemoração, sem
o que dificilmente ela seria concretizada e, mais ainda, caracterizada
pela simplicidade. Aliás, muito ao feitio e gosto do homenageado.
Muito
obrigado!
Prof. Pedro Castelo
*Pedro
José Freire Castelo. Professor. Filho do ex-governador
do Estado do Ceará Plácido Aderaldo Castelo. Pronunciamento
feito durante a sessão especial comemorativa ao 1º centenário
de nascimento de Plácido Aderaldo Castelo, ocorrida em 27/01/2006,
no Auditório Pompeu Sobrinho do Instituto do Ceará (Histórico,
Geográfico e Antropológico). |