ENFOQUE
SOCORRO! ESTOU NO TRÂNSITO DE MOMBAÇA
Raugir Lima Cruz*
Mês
de janeiro, férias, tive a felicidade de passar duas semanas na
terrinha, o que me faz bem sobremaneira. Porém, dirigir pelas ruas
de minha terra foi algo estarrecedor. São dezenas de ruas com um
trânsito totalmente caótico. Veículos que estacionam
em fila dupla, deixando espaço exíguo para o trânsito
fluir, praticamente ninguém respeita os sentidos de mão
e contramão das vias. Estaciona-se onde bem se quer, na hora que
se quer e o outro que se lixe. O semáforo do centro para muitos
não passa de figura decorativa.
Desconheço outra
cidade do porte de Mombaça ou cidades maiores com um trânsito
tão ruim e com motoristas tão mal educados (claro, que não
todos, mas a grande maioria). Assim, urge que se tomem providências
urgentes.
Talvez, primeiramente,
necessário se faz a atuação da engenharia de trânsito,
para que se determine os sentidos das vias, em seguida a sinalização
em todas as suas alternativas, depois um trabalho efetivo, constante e
insistente de educação, para que as pessoas entendam que
viver em sociedade se faz necessário a obediência de regras
pré definidas e o respeito aos demais membros da comunidade, o
que não é diferente em relação ao trânsito
de veículos de um lugar com um mínimo de civilização.
Por último o trabalho repressivo – as multas para quem não
sabe viver em comunidade.
Importante saber que
as vias, como o próprio nome diz são públicas, de
todos – no sentido coletivo e não de todo mundo no sentido
de privado ou de cada um individualmente. Assim sendo, ninguém
tem o direito de se apropriar da rua estacionando o seu carro onde bem
entenda e o tempo que queira. E tal problema só se resolve com
o estacionamento “zona azul” (pelo menos nas ruas centrais),
ou seja, quer parar seu carro na via pública, pois que pague por
tempo determinado, de forma que, além de se organizar o trânsito
e regularizar os locais para estacionamento, ainda se gera dividendos
para os cofres públicos.
É sabido que
se desenha em futuro próximo a efetivação de um órgão
municipal de trânsito. Prevejo dias difíceis para as pessoas
que comporão tal órgão. Será um trabalho extremamente
árduo, até que muitos entendam a necessidade de um mínimo
de organização e respeito às leis.
Para
quem discorda, não convido a ir longe, basta visitar municípios
vizinhos como Acopiara e Iguatu. Afinal, um trânsito organizado
só trará benefícios e facilidade de locomoção
para todos, motoristas e pedestres. Inclusive para os sem educação.
(Publicado
no jornal ,
Ano XXXIX, nº 162, Fevereiro/2015).
Untitled Document
*Raugir
Lima Cruz. Oficial de Justiça da Comarca de Quixelô-CE.
É mombacense de Senador Pompeu, Ceará, onde nasceu no
dia 15 de janeiro de 1966, filho de Etevaldo Lima Cruz e de Francisca
Zeneida Lima Cruz. Graduou-se em Pedagogia na Faculdade de Educação,
Ciências e Letras de Iguatu - FECLI. É bacharel em Direito
e pós-graduado em Direito Penal e Criminologia pela Universidade
Regional do Cariri - URCA. Obteve o 2º lugar no Concurso Literário
Rachel de Queiroz, promovido em 2006 pelo Fórum Clóvis
Beviláqua em comemoração aos 30 anos da sua biblioteca,
com a crônica .
A sua crônica foi publicada na coletânea “Sertão:
olhares e vivências” com os dez trabalhos classificados
no referido concurso. No dia 18 de dezembro de 2007 recebeu o título
de cidadão quixeloense concedido pela Câmara Municipal
de Quixelô. É autor dos artigos "Uma análise principiológica e legal das interceptações telefônicas: a produção probatória à luz do princípio da proibição da proteção deficiente", publicado na edição nº 87, ano XIV, abril/2011, da Revista Âmbito Jurídico e “A aplicação da Willful Blindness Doctrine na Lei 9.613/1998: A declaração livre e a vontade consciente do agente”, publicado no volume nº 9, edição 2011, da Themis, revista científica da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará (ESMEC).
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