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ARTIGOS

PEDRO RIBEIRO CAVALCANTE: 64 ANOS DE ATIVIDADE COMERCIAL

 


Pedro Ribeiro Cavalcante, o Pedro Tomé, no Sítio Riacho da Palha, município de Mombaça, nas proximidades da antiga residência de seus pais.

Fernando Antonio Lima Cruz

Há uma frase de Winston Churchill, político e estadista britânico, que diz: “O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo.”

Assim como a trajetória de muitos homens de sucesso, a história de Pedro Ribeiro Cavalcante, o Pedro Tomé, foi marcada por desafios e momentos de superação que o tornaram um dos empresários mombacenses que lograram êxito em seus empreendimentos e que hoje, aos 81 anos de idade, permanece em plena atividade comercial, gerando emprego e receita para o município de Mombaça.

De origem humilde, do meio rural, em 1941, aos 7 anos de idade sofreu de forma abrupta a perda de sua mãe. Órfão, passou a residir com seus avós paternos. E de seu avô aprendeu uma grande lição que o acompanhou ao longo de sua vida: a honestidade.

Desde cedo, inclinado para o trabalho, ajudava na lavra da terra e na colheita do algodão. Com espírito competitivo, sempre procurava se destacar na colheita. Tanto que, certa feita, colheu uma quantidade tão grande de algodão que, devido o peso, não conseguiu transportá-lo para casa, sendo necessária a ajuda de alguém para fazê-lo.

Certo dia, por volta das 15 horas, em meio a adultos a capinar a terra, lhe veio à mente que talvez aquela rotina dura e sofrida de agricultor, de sol a sol, sempre à espera de um bom inverno, não fosse o seu destino. De repente, surgido do nada, veio um redemoinho que lhe tomou a pesada enxada que manuseava e a jogou distante do seu alcance. Aquela cena, algo sobrenatural e místico, dava-lhe a esperança de que o seu futuro não seria ali e que dias melhores viriam.

Decidido a mudar aquela situação resolveu tentar uma vida melhor em São Paulo, no que foi aconselhado por seu pai a não ir, pois não tinha recursos financeiros para tal empreitada. Buscou um empréstimo com seu tio Zé Tomé que lhe ofereceu algo melhor: trabalharia na mercearia de seu sogro, Cícero Marques de Sousa, em Fortaleza.

Entre idas e vindas à agência local dos Correios na expectativa de receber a carta resposta do tão sonhado emprego em Fortaleza, numa dessas visitas foi recebido pelo Sr. Geraldo Loiola do Vale, chefe dos Correios, que lhe perguntou se era fumante. Com a resposta afirmativa, o Sr. Geraldo o aconselhou a não ir para Fortaleza, pois o salário era insuficiente para custear suas despesas com cigarro, e que procurasse ingressar na Polícia Militar, pois ser soldado seria melhor.

Como não tinha vocação para a carreira militar surgiu a alternativa de ingressar no comércio, primeiro como comerciário, depois como “bodegueiro”, até se tornar o empresário bem sucedido no ramo de peças automotivas e material de construção.

Despertava aí o tino comercial. Como todo caminho para o sucesso, a caminhada foi árdua, palmilhada por acertos e desacertos, entremeada por uma pitada de sorte e o apoio de alguns benfeitores que lhe cruzaram o caminho. Uma receita que se repete em muitos casos de sucesso: trabalho, obstinação, sorte e apoio.

No dia 4 de maio de 1954 se casou com a Sr.ª Elizete Benevides, cuja união já se estende por mais de 60 anos. A partir daí a responsabilidade seria maior, pois a família aumentaria com a chegada dos filhos, em um total de oito.

A ajuda veio de muitos: seu tio Zé Tomé, seu irmão Zil Tomé, Chico Bezerra, seu sogro Ferreirinha, José Costa Filho (de Senador Pompeu, que lhe confiou a representação do armazém de estivas e cereais), Pedro Militão de Albuquerque e o padre José Pereira de Oliveira (vigário da paróquia de Nossa Senhora da Glória de janeiro de 1943 a agosto de 1970). Com o padre Pereira, além da relação de amizade, manteve relação comercial, pois dele comprou dois imóveis residenciais e um imóvel comercial.

A partir de 1964 entrou no ramo de peças automotivas. Seis anos depois, em 1970, a sua loja de peças automotivas e de pneus já era a melhor da região e uma das melhores do interior do Ceará, sendo o segundo maior cliente interiorano da Pirelli.

O ápice de seu sucesso comercial ocorreu entre as décadas de 1970 e 1980. Consolidado em Mombaça, sem espaço para crescer comercialmente, enxergou a necessidade de expandir seus negócios em um mercado maior. Seu tino comercial e a visão empresarial de antever oportunidades o fez abrir duas lojas em Fortaleza, a Topcar e a Auto Peças Cavalcante, respectivamente nos anos de 1979 e 1990, que posteriormente passaram a pertencer a seus filhos José Ari e Chico.

Em 1996, após um período turbulento, dá uma guinada comercial saindo do ramo de peças automotivas para o ramo de material de construção, onde se mantém até os dias de hoje em plena atividade comercial.

Durante todo esse tempo manteve uma boa relação de amizade com os gestores públicos municipais, desde o prefeito Elcias Vieira Alencar Benevides, em 1954, até os dias atuais, o que facilitou a relação comercial com o poder público, dentro de princípios éticos que norteiam essa relação, apesar de em alguns momentos não ser correligionário político do chefe do poder executivo.

Um motivo de satisfação foi ter contribuído para a formação profissional de muitos mombacenses ao dar-lhes a oportunidade do primeiro emprego. Muitos desses ex-colaboradores são empresários bem sucedidos, alguns com um patrimônio superior ao seu, o que lhe deixa feliz.

Com 64 anos de atividade comercial ininterrupta, o que o torna o mais antigo comerciante mombacense, permanece ativo e com planos para o futuro, demonstrando o seu espírito empreendedor.

No mês de março abrirá uma filial do Centro Comercial Pedro Tomé, localizada à rua Manoel Alencar, nº 38, no bairro Centro, da sede do município de Mombaça, contribuindo, dessa forma, com a geração de emprego e renda. A escolha do local não foi casual. Além do aspecto comercial, prevaleceu o lado afetivo, pois diversos familiares seus residiram ou comercializaram em imóveis da referida rua.

Apesar de manter uma gestão comercial centralizada, pois não possui gerência, divide o sucesso comercial com seus colaboradores, sem os quais não teria chegado aonde está hoje. Cada um de seus colaboradores, em sua respectiva área de atuação (contabilidade, compras, vendas, estoque e entrega), trabalha em conjunto fortalecendo o espírito de equipe, uma receita simples, mas eficaz.

Prestes a completar 82 anos de idade, no próximo dia 9 de junho, sente-se realizado: com a família, com os amigos, com o trabalho e por tudo que Deus lhe concedeu.

(Publicado no jornal Folha de Mombaça, Ano XL, nº 175, Março/2016).




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