SOBRE
O EDITOR

Fernando Antonio Lima Cruz
“A origem do indivíduo é o berço de toda
a humanidade, e sem ela, o homem se torna alheio ao meio que o cerca,
pois não consegue entender o presente, que é fruto do seu
passado.” (Francesco Ruffini, 1863-1934, historiador, jurista e político italiano)
  
Fernando
Antonio Lima Cruz, filho de Etevaldo Lima Cruz (*05/02/1935 - †21/11/2010) e Francisca Zeneida Lima Cruz (*25/09/1938 - †01/08/2022). Bacharel em Administração pela Faculdade de Ciências Humanas de Fortaleza (FCHFOR), da UNICE - Ensino Superior, especialista em Gestão Pública pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo (FAMEESP), especialista em Gestão Pública e Direito Administrativo pelo Centro Universitário Amparense (UNIFIA), licenciando em História pelo Centro Universitário Cidade Verde (UniCV) e ex-secretário de Administração e de Finanças da Prefeitura Municipal de Mombaça-CE.
Pesquisador da área de História Local e Regional. Atuou durante 20 anos na indústria farmacêutica na função de propagandista, residindo nas cidades de Natal-RN, Belém-PA e Fortaleza-CE. Desde setembro de 2005 edita o site Maria Pereira Web que tem o objetivo de divulgar a História e preservar a memória mombacense. Criou o brasão de armas e atualizou a bandeira do município de Mombaça. Redigiu o texto do Decreto Legislativo nº 223, de 23 de fevereiro de 2013, uma propositura do ex-vereador Fernando Antonio Alves de Alencar (Borel Alencar), que instituiu a "Medalha do Mérito Municipal Maria Pereira da Silva", principal comenda do município de Mombaça. É autor dos livros "Padre Sarmento de Benevides: poder e política nos sertões de Mombaça (1853-1867)" (Expressão Gráfica e Editora, 2010; INESP, 2023), "Mombaça: terra de Maria Pereira" (Editora Aima, 2022) e de vários artigos publicados na Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP). Foi um dos homenageados pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará na sessão solene presidida pelo deputado estadual Heitor Férrer, no dia 8 de agosto de 2019, em comemoração do Dia Cearense do Cinema e do Dia Estadual da Cultura. Foi agraciado com a Medalha Benjamin Constant, instituída pela Augusta e Respeitável Loja Simbólica Benjamin Constant nº 25 (Maçonaria de Mombaça), jurisdicionada à Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, cuja solenidade de entrega foi realizada no dia 25 de fevereiro de 2023, no Planáltico Clube de Mombaça, em virtude da comemoração do seu cinquentenário de fundação (Jubileu de Ouro) que ocorreu no dia 28 de abril de 2023.
Ao parafrasear Rodolfo Teófilo,
farmacêutico e escritor cearense - nascido na Bahia, que ao ser
indagado sobre seu lugar de origem costumava dizer "Sou cearense
porque quero" -, afirma que mombacense de Senador Pompeu, Ceará,
onde nasceu em 18 de fevereiro de 1969. Tem um irmão, Raugir Lima
Cruz (15/01/1966), Oficial de Justiça da Comarca de Quixelô-CE,
graduado em Pedagogia, pela Faculdade de Educação, Ciências
e Letras de Iguatu (FECLI), bacharel em Direito e pós-graduado
em Direito Penal e Criminologia pela Universidade Regional do Cariri (URCA).
Profissionalmente associado ao Conselho Regional de Administração
do Ceará (CRA-CE) sob o nº 9.465. É torcedor do Fortaleza Esporte
Clube, o "Leão do Pici". Casado com Elvira Régia Mota Correia Cruz (14/12/1971), tendo dois
filhos: João Fernando Mota Correia Lima Cruz (01/08/2001) e Amanda
Vasti Mota Correia Lima Cruz (23/11/2004).
Para
justificar a sua naturalidade de Mombaça, cidade onde viveu a
sua infância, adolescência e início da fase adulta (e voltou a residir a partir de setembro de 2013),
toma como princípio o Jus Sanguinis, que para se determinar a nacionalidade
primária usa o critério da origem sanguínea
(direito de sangue). Diferentemente do Jus Soli, que leva em conta o local
onde o indivíduo nasceu, independente da nacionalidade dos pais
(direito de solo). Portanto, considera-se um “polipátrida”,
mombacense (pelo direito de sangue) e pompeuense (pelo direito de
solo).
Outra
justificativa mais convincente são as suas ascendências
paterna e materna. É descendente direto de dois dos primitivos desbravadores dos sertões
de Mombaça: a pernambucana Maria Pereira da Silva (é sua nonavó paterna)
e o capitão português Pedro da Cunha Lima (é seu pentavô materno).
ASCENDÊNCIA
PATERNA
MARIA
PEREIRA DA SILVA, minha nonavó, era pernambucana, e foi a primeira
proprietária de uma légua de terra de frente por meia légua
de fundos para cada lado do rio Banabuiú, no local conhecido por
Boca da Picada. É dentro desta légua de terra que está
situada a cidade de Mombaça. Maria Pereira da Silva instalou a
sua fazenda de criar e a denominou de Fazenda Maria Pereira, posteriormente,
passando o lugar a distrito de Maria Pereira. A sua casa residencial ficava
quase no centro da atual praça principal da cidade, nas proximidades
da Igreja Matriz, onde em sua companhia morava a sua filha caçula
MARIA TERESA DE SOUZA, minha octavó.
Com
a criação da freguesia em 6 de setembro de 1832, desmembrado
o seu território da antiga freguesia de Santo Antônio de
Quixeramobim, o distrito passou a ser chamado de freguesia de Nossa Senhora
da Glória de Mombaça, compreendendo os territórios
dos atuais municípios de Mombaça, Pedra Branca e Senador
Pompeu. Depois, com a elevação a município em 27
de novembro de 1851, conforme Resolução nº 555, batizaram
o novo município com o nome de Maria Pereira, numa homenagem à
antiga proprietária da fazenda. Em 9 de julho de 1892, pelo Decreto
nº 69, o nome do município foi mudado para Benjamin Constant,
voltando a denominar-se Maria Pereira em 21 de setembro de 1918, através
da Lei nº 1565. Todavia, havia uma tradição mais livre,
pois o povo, apesar de reconhecer Maria Pereira, como fundadora do lugar,
sempre chamou a esta terra de Mombaça, topônimo legado pelos
portugueses e que foi sempre o da primitiva povoação. E
assim, atendendo a este fato, como a estudos históricos também
dos filhos desta região, o Decreto-Lei nº 1114, de 30 de dezembro
de 1943, fez voltar o topônimo a sua mais antiga denominação
de Mombaça.
Quanto
à dúvida de que Maria Pereira da Silva teria sido casada
ou não, o livro “Nobiliarchia pernambucana”, vol. IV,
p. 258-261, esclarece: o casal João da Cunha Pereira e Maria Pereira
da Silva morava em Pernambuco, quando pediu terras no Banabuiú.
Maria Pereira da Silva era casada com João da Cunha Pereira, irmã
de Antonio Pereira da Cunha e filha de Cosme Pereira da Cunha¹,
almoxarife da Fazenda Real em Pernambuco e de Brites da Silva. O casal
teve dez filhos que são citados cronologicamente em seguida:
1
- João da Cunha Pereira, morava no engenho de São Braz do
Cabo, onde casou com uma filha do capitão-mor Luiz Nunes;
2
- Cosme Pereira da Cunha;
3
- Pedro da Cunha Pereira, que também casou com outra filha do capitão-mor
Luiz Nunes;
4
- José da Cunha Pereira, que casou com uma filha de Agustinho Cardoso
da Barreta;
5
- Antonio da Cunha Pereira, viveu na sua fazenda da Roqueira em Jaguaribe,
foi sargento-mor do regimento da Cavalaria das Várzeas de Jaguaribe
e Quixeramobim. Casou-se com Paula de Souza Cavalcante, filha do
capitão Antonio de Souza Cavalcante e Rosa Maria Ribeiro.
6
- Ana da Cunha Pereira;
7
- Francisco de Paula Pereira, que casou-se com outra filha de Agustinho
Cardoso da Barreta;
8
- Joaquim José da Cunha, que no ano de 1767 se ajustou a casar
nos Cariris Novos com uma filha do capitão Domingos Paes Landim;
9
- Maria da Cunha Pereira, que casou-se com o capitão Theodoro Fernandes
de Amorim no Rio Grande do Norte;
10
- MARIA TERESA DE SOUZA, minha octavó, de quem descende a grande
parte das famílias de Mombaça.
MARIA
TERESA DE SOUZA, minha octavó, 10ª filha dos meus nonavós,
João da Cunha Pereira e Maria Pereira da Silva, casou com o português
PEDRO DE SOUZA BARBALHO, meu octavô. Já viúva, Maria
Teresa de Souza foi quem por escritura pública de 24 de janeiro
de 1781, fez a doação de “cem braças de terra
no sítio Maria Pereira, à margem do rio Banabuiú,
que possuía por doação que lhe fez o mesmo Pedro
de Souza Barbalho, para patrimônio de uma Capela sob a invocação
de Nossa Senhora da Glória, Capela esta que pretende erigir com
autorização do Ordinário e para seu rendimento e
para que possa subsistir enquanto o mundo for mundo, e ainda mais cem
palmos no mesmo sítio para o adro e corredores da mesma Capela”.
Na mesma escritura, Antônio Lemos de Almeida e sua mulher Eugênia
Gonçalves de Carvalho, residentes na fazenda Onça, doaram
também ao patrimônio da Capela, meia légua de terra
no riacho Aba da Serra e mais trinta vacas e um touro. Assinaram a mencionada
escritura como testemunhas o sargento-mor Pedro de Abreu Pereira e Jerônimo
da Costa Leite, ricos fazendeiros dos sertões de Mombaça.

Aos trinta dias do mês de maio de mil setecentos e setenta e oito
anos nesta Matriz de Santo Antônio de Quixeramobim deu sepultura
ao corpo de Pedro de Souza Barbalho [ilegível] morador na Ribeira
Mombaça dessa freguesia, faleceu com todos os sacramentos, sem
testamento, envolto com mortalha branca, com idade de oitenta anos, de
que fiz esse assento, em que se assinou o Reverendo Cura. Francisco Xavier da Cunha. (Diocese de Quixadá, Paróquia de Quixeramobim,
Livro de Óbitos nº 01, iniciado a 10/12/1755 e finalizado
a 26/11/1811, folha 57).
Do
casamento de meus octavós PEDRO DE SOUZA BARBALHO e MARIA TERESA
DE SOUZA, nasceu minha septavó MAURÍCIA PEREIRA DA SILVA,
que casou com meu septavô, o sargento-mor PEDRO DE ABREU PEREIRA,
primeiro proprietário da fazenda Santa Quitéria. Pais de
cinco filhos:
1
- Joana Batista do Carmo, falecida solteira.
2
- FRANCISCA GERTRUDES DA CONCEIÇÃO, casada com ANTÔNIO
FERREIRA MARQUES, meus sextavós;
3
- Eugênia Gonçalves de Carvalho, casada com Antônio
Lemos de Almeida;
4
- Manuel Pereira da Silva, casado com Francisca Maria de Jesus, pais do
professor Bernardo da Silva Pereira, do capitão Antônio Honorato
Silva Limoeiro e de Maurícia Pereira da Silva (era a mãe
de Francisco Aderaldo de Aquino e trisavó do ex-governador do Estado
do Ceará Plácido Aderaldo Castelo);
5
- Pedro de Abreu Pereira, falecido solteiro, deixando dois filhos naturais.
FRANCISCA
GERTRUDES DA CONCEIÇÃO, 2ª filha dos meus septavós
sargento-mor Pedro de Abreu Pereira e Maurícia Pereira da Silva,
casou com o pernambucano ANTÔNIO FERREIRA MARQUES. Meus sextavós
paternos eram pais de:
1
- PEDRO FERREIRA MARQUES, casado com ANA JOAQUINA DE JESUS, meus pentavós;
2
- Vicente Ferreira Marques Palmeira, casado com Ana Joaquina da Visitação;
3
- Raimundo Pereira da Silva, casado em primeiras núpcias com Simeana Lopes de Moraes, pais de Raimundo Ferreira Marques; enviuvando casou-se com Tomásia Ferreira Marques, filha de Thomás Ferreira de Magalhães e Ignácia Maria de Jesus, pais de Leonardo Ferreira Marques
(Barão de São Leonardo) e do capitão Bento Ferreira Marques
Brasil;
4
- Francisca Gertrudes da Conceição;
5
- Joaquim Ferreira Marques;
6
- Antônia Nazária Marques, casada com José da Costa
Vieira (tetravós do Sr. Manuel Costa Sobrinho, pai do desembargador
José Arísio Lopes da Costa, presidente do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará / TJ-CE).
PEDRO
FERREIRA MARQUES, meu pentavô, 1º filho de meus sextavós
Antônio Ferreira Marques e Francisca Gertrudes da Conceição,
e trineto de minha nonavó Maria Pereira da Silva, casou com ANA
JOAQUINA DE JESUS, minha pentavó. Pais de:
1
- Francisca Gertrudes da Conceição;
2
- Maria Antônia de Jesus, casada com o professor Bernardo da Silva
Pereira (irmão do capitão Antônio Honorato Silva Limoeiro
e de Maurícia Pereira da Silva), pais do padre Pedro de Abreu Pereira;
3
- Joaquina de São Pedro Marques;
4
- Isabel da Purificação Marques;
5
- Maria do Espírito Santo Marques;
6
- Maria Francisca de Jesus Marques (Mulherzinha);
7
- Teotônio Ferreira Marques;
8
- JOSÉ LUCAS EVANGELISTA, meu tetravô;
9
- Maria de Santana Marques (Santaninha);
10
- Francisco Ferreira Marques.
JOSÉ
LUCAS EVANGELISTA, meu tetravô, 8º filho de Pedro Ferreira
Marques (o primeiro) e Ana Joaquina de Jesus, meus pentavós, e
tetraneto de Maria Pereira da Silva, casou com ANA JOSEFA DE LIMA, minha
tetravó. Pais de:
1
- PEDRO MARQUES EVANGELISTA (velho Pedro Lucas, do Sítio Picada),
meu trisavô;
2
- Paulo Marques Evangelista;
3
- Antônio Marques Evangelista;
4
- João Marques Evangelista;
5
- José Marques Evangelista;
6
- Ana Marques Evangelista;
7
- Francisco Marques Evangelista.
PEDRO
MARQUES EVANGELISTA (velho Pedro Lucas, do Sítio Picada), meu trisavô,
1º filho de José Lucas Evangelista e Ana Josefa de Lima, e
pentaneto de Maria Pereira da Silva, casou com CLAUDINA MARIA DA CONCEIÇÃO,
minha trisavó. Pais de:
1
- JOÃO MARQUES EVANGELISTA (João Lucas, do Sítio
Picada), meu bisavô;
2
- Maria Marques Evangelista;
3
- Emídio Marques Evangelista;
4
- Joaquim Marques Evangelista (Joaquim Lucas);
5
- Ana Marques Evangelista;
6
- Josefa Marques Evangelista;
7
- Calixto Marques Evangelista;
8
- Cecília Marques Evangelista;
9
- Pedro Marques Evangelista.
JOÃO
MARQUES EVANGELISTA (João Lucas, do Sítio Picada), meu bisavô,
1º filho de Pedro Marques Evangelista e Claudina Maria da Conceição,
e sextaneto de Maria Pereira da Silva, casou com MARIA FERREIRA LOPES,
minha bisavó. Pais de:
1
- ANTONIA MARQUES DE LIMA, minha avó, casando-se adotou o nome
de ANTONIA LIMA CRUZ;
2
- Pedro Marques de Lima;
3
- Elcias Marques de Lima, casado com Francisca Aderaldo Marques, filha
de Manoel Aderaldo de Aquino (Neném) e Francisca Moreira de Oliveira.
O Sr. Manoel Aderaldo de Aquino era tio do intelectual Mozart Soriano
Aderaldo;
4
- Édson Lima Marques;
5
- Claudina Marques de Lima;
6
- Elícia Marques de Lima;
7
- Enoque Lima Marques.
ANTONIA
LIMA CRUZ, minha avó, 1ª filha de João Marques Evangelista
(João Lucas, do Sítio Picada) e Maria Ferreira Lopes, septaneta
de Maria Pereira da Silva, casou com RAUGIT FERNANDES CRUZ, meu avô,
filho de Raymundo Nonato da Cruz e Maria Lins Cruz. Pais de:
1
- ETEVALDO LIMA CRUZ, meu pai, nascido em Castanhal-Pa, a 05/02/1935,
e falecido em Fortaleza-Ce, a 21/11/2010;
2
- Eládio Lima Cruz, viúvo, foi casado com Tereza Pereira
Cruz;
3
- Maria Eliete Lima Cruz, separada, foi casada com Manoel Batista Xavier.
ETEVALDO
LIMA CRUZ (*05/02/1935
- †21/11/2010), meu pai, 1º filho de Raugit Fernandes
Cruz e Antonia Lima Cruz, octaneto de Maria Pereira da Silva, casou com
FRANCISCA ZENEIDA LIMA CRUZ, tetraneta do capitão português
Pedro da Cunha Lima, minha mãe. Pais de:
1
- Raugir Lima Cruz, divorciado de Solange Martins do Nascimento, pais de Marcelo
Martins Lima Cruz; casado com Fábia Dutra de Sousa, pais de Maria Júlia Sousa Lima Cruz;
2
- FERNANDO ANTONIO LIMA CRUZ.
FERNANDO
ANTONIO LIMA CRUZ, 2º filho de Etevaldo Lima Cruz e Francisca Zeneida
Lima Cruz, nonaneto de Maria Pereira da Silva e pentaneto do capitão
português Pedro da Cunha Lima, casou com ELVIRA RÉGIA MOTA
CORREIA CRUZ, filha de João Correia do Nascimento e Antonia Mota
do Nascimento. Pais de:
1
- João Fernando Mota Correia Lima Cruz;
2
- Amanda Vasti Mota Correia Lima Cruz.
ASCENDÊNCIA
MATERNA
O
capitão ,
meu pentavô, um dos primeiros habitantes de Mombaça, era
natural de Ponte de Lima, Portugal, filho de Manoel Cerqueira da Cunha
e de Maria de Sá da Cunha. Casou-se com Ana Maria de Jesus, filha
dos portugueses João Francisco Florim e Luzia dos Santos. Foi um
dos grandes pecuaristas dos Sertões de Mombaça. Do seu inventário
procedido em 1787, cujo inventariante foi o seu genro Manoel Pinto Nogueira,
consta que foi possuidor de muitos bens. Além de muitas terras,
constam 1.352 gados vacuns (avaliados em 1:451$333), 148 gados cavalares
(avaliados em 564$100) e 13 escravos (avaliados em 832$000). Segundo o
historiador Rafael Ricarte da Silva, em sua dissertação
de mestrado intitulada Formação da elite colonial dos
Sertões de Mombaça: terra, família e poder (Século
XVIII), "O valor de todos os bens descritos no inventário
somava 8:227$335 (oito contos duzentos e vinte e sete mil trezentos e
trinta e cinco réis), sendo o inventário dos 27 analisados
o que apresentou o maior montante". Residia na fazenda Casa Forte,
à margem do rio Banabuiú, a cinco léguas da cidade
de Mombaça, lado do poente. Foi sepultado na Igreja Matriz de Santo
Antonio de Quixeramobim no dia 25 de julho de 1787.

Igreja Matriz de Santo Antonio de Quixeramobim, onde o capitão
Pedro da Cunha Lima foi sepultado "das grades para cima" no
dia 25 de julho de 1787.
Do
seu casamento com Ana Maria de Jesus, nasceram quatro filhos:
1
- Manoel da Cunha Lima, tenente, natural de Recife-PE, casou-se com Luiza
Pereira de Azevedo, também conhecida como Luiza Rodrigues Pereira,
filha de José Rodrigues Pinto e de Lourença Pereira de Azevedo,
no dia 12/06/1767, na capela Nossa Senhora do Rosário, Aracati-CE;
2
- José Francisco de Sales, natural de Recife-PE, casou-se com Maria
de Jesus Pereira de Castro, natural de Pau dos Ferros-RN, filha de Antonio
de Castro e de Josefa Maria da Conceição, às 17 horas
do dia 10/01/1774, na Matriz de Santo Antonio, Quixeramobim-CE. Foram
testemunhas, o coronel José Rodrigues Pereira Chaves e o capitão
Manuel José da Rocha Dantas;
3
- Joana Teodora de Jesus, casada em primeiras núpcias com Pedro
Vieira de Mello e em segundas núpcias com Jerônimo Ferreira
de Souza;
4
- Ignácia Maria de Jesus, casada em primeiras núpcias com
José Leite Barbosa e em segundas núpcias com Tomás
Ferreira de Magalhães (septavós do Sr. Manuel Costa Sobrinho,
pai do ex-desembargador José Arísio Lopes da Costa, 1943-2019, ex-presidente
do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará / TJ-CE).

Assinaturas do capitão Pedro da Cunha Lima e de seu filho José
Francisco de Sales, testemunhas do casamento de seus escravos Anastácio
e Quitéria, celebrado pelo padre Frei Domingos de Santa Isabel,
na Fazenda dos Campos, no dia 12 de janeiro de 1776 (Diocese de Quixadá,
Paróquia de Quixeramobim, Livro de Casamentos nº 01, iniciado
a 16/11/1755 e finalizado a 29/07/1800).
Enviuvando,
o capitão PEDRO DA CUNHA LIMA, meu pentavô, uniu-se à
mulata RITA MARIA (segundo Augusto Tavares de Sá e Benevides, in
Mombaça: biografia de um sertão, 1980, p. 59), que seria
filha de pai branco e mãe preta, ou vice-versa, minha pentavó,
escrava, que foi alforriada ao nascer a sua primeira filha, e de cuja
união nasceram os seguintes filhos:
1
- Angélica Maria de Jesus, casada com Manoel Pinto Nogueira;
2
- PEDRO DA CUNHA LIMA, meu tetravô;
3
- José dos Reis Lima;
4
- Luís da Cunha Lima;
5
- Francisco da Cunha Lima.

Aos vinte cinco de julho de mil setecentos e oitenta sete anos nesta Igreja
Matriz de Santo Antonio de Quixeramobim das grades para cima foi sepultado
o corpo do defunto Pedro da Cunha Lima viúvo natural de Portugal
de idade de sessenta (?) e tantos anos [...] foi envolto em hábito
de São Francisco. [...] (Diocese de Quixadá, Paróquia
de Quixeramobim, Livro de Óbitos nº 01, iniciado a 10/12/1755
e finalizado a 26/11/1811, folha 87).
PEDRO
DA CUNHA LIMA, meu tetravô, 6º filho do capitão Pedro
da Cunha Lima e o 2º filho com a mulata Rita Maria, meus pentavós, casou com MANUELA GON ALVES ou MANOELLA MARIA DE JESUS, minha tetrav ,
eram pais de COSME DA CUNHA LIMA casado com ANA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO ou ANNA JOAQUINA DO ESP RITO SANTO,
meus trisavós. Estes eram pais de:
1
- Raimundo Nonato Lima (velho Raimundo Cosme);
2
- Cosme Ferreira Lima;
3
- Damião Ferreira Lima;
4
- Vicente Ferreira Lima (velho Vicente Cosme, do Sítio Areias);
5
- Maria José de Jesus;
6
- Maria Santana de Jesus;
7
- Antônio José de Lima (velho Antônio Cosme, do Sítio
Mandacaru);
8
- MARIA DA CONCEIÇÃO LIMA, conhecida como Dona Conceição (08/11/1875 - 13/12/1966),
minha bisavó, falecida aos 91 anos de idade;
9
- Francisco Cosme de Lima (velho Chico Cosme, do Sítio Mandacaru).
MARIA
DA CONCEIÇÃO LIMA, conhecida como Dona Conceição (08/11/1875 - 13/12/1966), minha
bisavó, 8ª filha de Cosme da Cunha Lima e Ana Joaquina da
Conceição, bisneta do capitão Pedro da Cunha Lima,
casou com JOSÉ CAMILO DE LIMA (José Fagundes), meu bisavô,
filho de Cornélio Pereira de Castro e Josefa Maria de Jesus.
Pais de:
1
- LUÍS GONZAGA DE LIMA (Luís Fagundes), meu avó,
falecido aos 85 anos de idade;
2
- Luiza Gonzaga Paulino (06/01/1903 - 20/11/1993), falecida aos 90 anos de idade, casada
com Abdon Paulino e Silva, falecido;
3
- Maria José de Lima, conhecida como Mariinha (16/08/1906 - 13/11/2002), falecida inupta aos 96 anos de
idade;
4
- Ana de Lima (Donana), falecida inupta;
5
- Augusta de Lima, falecida inupta;
6
- Maria Júlia de Lima (27/07/1913 - 06/04/1990), falecida inupta aos 76 anos de idade;
7
- Georgenor de Lima (Jorge Fagundes), falecido aos 68 anos de idade, casado
com Nívea Medeiros de Lima, falecida;
8
- Francisco Fagundes de Lima, falecido aos 72 anos de idade, casado com
Amália Frota.
LUÍS
GONZAGA DE LIMA (Luís Fagundes), meu avô, 1º filho de
José Camilo de Lima (José Fagundes) e Maria da Conceição
Lima (dona Conceição), trineto do capitão Pedro da
Cunha Lima, casou com LICÍNIA CAVALCANTE MOTA, minha avó,
filha de Mizael Cavalcante Mota e Maria Linda Mota, que passou a adotar
o nome de LICÍNIA CAVALCANTE LIMA. Pais de:
1
- Maria Cavalcante Lima, falecida ainda criança;
2
- José Cavalcante Lima, falecido ainda criança;
3
- Helena Cavalcante Lima, falecida ainda criança;
4
- Francisca Lima de Sousa, minha madrinha de batismo, casada com José
Marques de Sousa, ex-prefeito municipal de Mombaça (1967/1971),
falecidos;
5
- Maria Lima Siqueira, casada com Pedro Lopes de Siqueira, falecidos;
6
- Francisca Zilá Cavalcante Pinheiro, casada com Valter Sales Pinheiro,
falecidos;
7
- Francisco Cavalcante Lima, falecido solteiro;
8
- Francisca Zená Cavalcante Pinheiro, casada com Francisco José
Pinheiro, falecidos;
9
- FRANCISCA ZENEIDA LIMA CRUZ, minha mãe;
10
- Francisca Zení Lima Siqueira, falecida, foi casada com Francisco
Lopes Siqueira;
11
- Francisco Misael Cavalcante Lima, casado com Ângela Cavalcante
de Lima.
12
- Francisca Zenilda Lima Fernandes, falecida, foi casada com Lourival
Fernandes;
13
- Francisca Zilda Cavalcante Lima, falecida ainda criança;
14
- Francisca Zilda Cavalcante Aires, casada com Marcos Afonso Castelo Aires,
filho do Dr. Edmilson dos Santos Aires, ex-prefeito municipal de Mombaça
(1943/1944), e de Maria Graziela Castelo Aires, irmã do Dr. Plácido
Aderaldo Castelo, ex-governador do Estado do Ceará (1966/1971);
15
- Francisco Antonio Cavalcante Lima, falecido, foi casado com Teresinha
Alves Carneiro Lima.
FRANCISCA
ZENEIDA LIMA CRUZ, minha mãe, 9ª filha de Luís Gonzaga
de Lima (Luís Fagundes) e Licínia Cavalcante Lima, tetraneta
do capitão Pedro da Cunha Lima, casou com ETEVALDO LIMA CRUZ (*05/02/1935
- †21/11/2010), octaneto de Maria Pereira da Silva, meu pai.
Pais de:
1
- Raugir Lima Cruz, divorciado de Solange Martins do Nascimento, pais de Marcelo
Martins Lima Cruz; casado com Fábia Dutra de Sousa, pais de Maria Júlia Sousa Lima Cruz;
2
- FERNANDO ANTONIO LIMA CRUZ.
FERNANDO
ANTONIO LIMA CRUZ, 2º filho de Etevaldo Lima Cruz e Francisca Zeneida
Lima Cruz, pentaneto do capitão Pedro da Cunha Lima e nonaneto
de Maria Pereira da Silva, casou com ELVIRA RÉGIA MOTA CORREIA
CRUZ, filha de João Correia do Nascimento e Antonia Mota do Nascimento.
Pais de:
1
- João Fernando Mota Correia Lima Cruz;
2
- Amanda Vasti Mota Correia Lima Cruz.
(Fontes:
Formação da elite colonial dos Sertões de Mombaça:
terra, família e poder (Século XVIII), de Rafael Ricarte
da Silva; Minha árvore genealógica, de Manuel Costa Sobrinho;
Mombaça: biografia de um sertão, de Augusto Tavares de Sá
e Benevides; Nobiliarchia pernambucana, de Antonio José Victoriano
Borges da Fonseca; Onde estamos, de Artur Augusto Castelo Benevides; Antigas
Famílias, de Francisco Augusto, disponível em http://familiascearenses.com.br/images/ANTIGAS.pdf.
Acesso em 29 ago. 2006; Uma Família do Aracati - Ascendentes do
Padre Ibiapina, de Francisco Augusto, disponível em http://familiascearenses.com.br/images/PINTO.pdf.
Acesso em 20 jun. 2007; A família Barbosa Cordeiro, de Vinícius
Barros Leal, disponível em .
Acesso em 12 out. 2017)
1. Cosme Pereira da Cunha - Na realidade chamava-se Cosme Pereira
Façanha, sendo erroneamente nomeado como Cosme Pereira da Cunha
na obra de Borges da Fonseca. Segundo o historiador e genealogista Vinícius
Barros Leal em A família Barbosa Cordeiro (Revista do
Instituto do Ceará, 2005, p. 17-27) "Na obra de Borges da
Fonseca sobre as famílias de elite estas personagens são
muito citadas, mas em alguns casos, por dificuldade de leitura de manuscritos
ou por erros tipográficos já da nossa época, na primeira
e única edição deste livro raro aparecem inexatidões
gravíssimas, como no caso que apresento. O nome do sogro de dona
Isabel Barbosa aparece muito truncado, especialmente leitura e transcrição
da palavra Façanha, que aparece como Pessanha, Peçanha e
'da Cunha', dificultando o estudo dessa parentela". O historiador
mombacense Rafael Ricarte da Silva em A formação da primeira elite
colonial dos sertões de Mombaça: Terra, família e
poder (1706-1782) (Revista do Arquivo Público do Estado do
Ceará, 2009, p. 155-168) cita que "Cosme Pereira Façanha,
residente em Pernambuco, quando dos seus dois pedidos de terras feitos
em 1706 em conjunto com outros requerentes, era almoxarife da Fazenda
Real de Pernambuco, cargo ocupado por cerca de 18 anos. Este cargo era
importante no período, pois o almoxarife da Fazenda Real era uma
das autoridades responsáveis por controlar, fiscalizar o comércio
existente na capitania. Portanto este deixa o cargo que ocupava na Capitania
de Pernambuco e migra para os Sertões de Mombaça, onde estabelece
sua propriedade". |