JOSÉ
BENEVENUTO DE LIMA
BIOGRAFIA
Major Farmacêutico Prof. Dr. José Benevenuto de Lima, adquiriu justa notoriedade no Brasil com repercussão no estrangeiro, onde os seus trabalhos eram reconhecidos e apreciados.
José
Benevenuto de Lima, nasceu no distrito de Catolé, município de Mombaça-CE,
a 8 de setembro de 1878 e faleceu no Rio de Janeiro-RJ, a 10 de fevereiro
de 1936, aos 57 anos de idade, vítima de um colapso cardíaco.
Era filho de Benevenuto de Barros Lima e de Umbelina Eugênia da
Conceição Lima. Foi casado com a Sra. Hermínia Pinheiro
de Lima, filha do general Dr. Arthur Carino Pinheiro (médico do
Corpo de Saúde do Exército) e de Ermelinda Carino Pinheiro,
com quem teve dois filhos: o general de divisão Amaury Benevenuto
de Lima e a professora de educação física Marina
Benevenuto de Lima (que ao casar-se com Deodoro Voltaire de Garcia Paula, adotou o nome de Marina Benevenuto de Garcia Paula).
Foi
revisor, durante alguns anos, do Jornal do Brasil. Em 1904 formou-se em
Farmácia pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Ingressou
no Exército em 20 de junho de 1905, sendo promovido a major na
1ª Classe da Reserva em 25 de setembro de 1930 (foi incorporado seu
tempo de formação acadêmica e duas licenças
prêmios não gozadas).
Integrou
o corpo docente da Escola de Veterinária do Exército ministrando
as disciplinas de física e química, toxicologia, farmacologia,
arte de formular e análises. O capitão farmacêutico
José Benevenuto de Lima assumiu interinamente o comando da Escola
em 20 de agosto de 1928 em substituição ao tenente-coronel
veterinário Leopoldino Ouriques de Almeida (que reassumiu o comando
em 2 de outubro de 1928).
Também
compôs o corpo de funcionários do Laboratório Químico
Farmacêutico do Exército, berço da indústria
farmacêutica nacional e que muito contribuiu para a formação
do ensino superior de farmácia no Brasil, tendo ocupado a chefia
do gabinete de química.
Foi
um dos fundadores e elaboradores dos estatutos da Associação
Brasileira de Farmacêuticos, fundada em 20 de janeiro de 1916, no
salão de conferências do Círculo Católico,
no Rio de Janeiro. Em uma de suas primeiras sessões científicas
proferiu a palestra intitulada "Conta-gotas em Farmácia".
Em
1927 representou o Brasil no IV Congresso de Medicina e Farmácia
Militar em Varsóvia (Polônia) e foi redator honorário
do Boletim de Farmácia Militar de Madrid, distinção
só conferida a um farmacêutico em cada país. Foi condecorado
com as insígnias das Palmas Acadêmicas de França,
a Grã-Cruz do Mérito Científico (a mais alta insígnia
concedida aos que colaboram com o progresso da ciência e da tecnologia
no Brasil) e a Medalha Militar de Prata (por 20 anos de serviço
militar).
Frontispício da obra "Memorandum de Pharmacologia
e Therapeutica", do então primeiro-tenente farmacêutico
José Benevenuto de Lima, publicada pelo Instituto de Artes Gráficas,
do Rio de Janeiro, em 1917. Em carta aberta, o coronel farmacêutico
Alfredo José Abrantes, diretor do Laboratório Químico
Farmacêutico Militar (que a partir de 20 de julho de 1943, seguindo
as determinações do Aviso nº 1.797, passou a denominar-se
Laboratório Químico Farmacêutico do Exército),
diz: "O presente trabalho, meticulosamente feito pelo intelligente
pharmaceutico 1º tenente José Benevenuto de Lima, um dos poucos
ornamentos do respectivo quadro do Exercito, representa um extraodinario
esforço do seu autor, além de profundo conhecimento do assumpto.
Elle vem, assim, prestar real serviço á classe medica brasileira
e aos pharmaceuticos em geral."
O
capitão farmacêutico José Benevenuto de Lima solicitou
inscrição como candidato a membro titular da seção
de Farmácia, da Academia Nacional de Medicina (ANM), em 8 de outubro
de 1927, na vaga declarada aberta pela passagem do acadêmico Francisco
Antônio Giffoni para a classe de membro titular honorário.
Apresentou a monografia "Novo dissolvente do cloridrato básico
de quinina para solutos hipodérmicos", que foi julgada pela
comissão composta pelos acadêmicos Antônio Austregésilo
Rodrigues Lima, Alfredo Abrantes e Júlio Eduardo da Silva Araújo,
tendo logrado parecer favorável. A eleição se procedeu
em reunião plenária de 24 de novembro de 1927 e a posse
ocorreu no dia 24 de maio de 1928, sob a presidência do acadêmico
Miguel de Oliveira Couto, que designou os acadêmicos Antônio
Austregésilo Rodrigues Lima, Alfredo Abrantes e Júlio Eduardo
da Silva Araújo para a comissão que conduziu ao recinto
o novo titular. A saudação de paraninfo foi feita pelo acadêmico
Júlio Eduardo da Silva Araújo.
A
história da Academia Nacional de Medicina (ANM) confunde-se com a história
do Brasil e é parte integrante e atuante na evolução
da prática da medicina no país. Desde a sua fundação
ocorrida em 30 de junho de 1829, sob o reinado de D. Pedro I, somente
três nordestinos integraram os seus quadros. Além do major
farmacêutico Prof. Dr. José Benevenuto de Lima, o também
mombacense Prof. Dr. Dagmar Aderaldo de Araújo Chaves (que ingressou
em 5 de agosto de 1954) e, atualmente, o cearense de Aquiraz, Prof. Dr.
Manassés Claudino Fonteles (que ingressou em 29 de setembro de
2009) tornaram-se acadêmicos.
Distinguido
com importantes comissões no Ministério da Guerra, foi convocado
para o serviço ativo, participando da Revolução Constitucionalista
de 1932, onde prestou assinalados serviços técnicos.
É
o patrono da cadeira nº 12, seção Farmácia,
da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil/Academia Nacional de Farmácia (ACFB/ANF), uma sociedade civil científica, de âmbito nacional, fundada em 13 de agosto de
1937, sediada no Rio
de Janeiro-RJ, que tem como objetivos estudar, debater. divulgar, educar e colaborar como órgão consultivo em atividades nacionais e internacionais, em tudo que se relacione com as ciências farmacêuticas.
É
o patrono da cadeira nº 32, seção Farmácia,
da Academia Brasileira de Medicina Militar (ABMM), fundada em 8 de dezembro de
1941, por médicos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sediada no Rio
de Janeiro-RJ e que tem como um de seus principais objetivos incentivar o estudo e a pesquisa das ciências médicas, farmacêuticas e odontológicas em seus múltiplos aspectos.
Também
é o patrono da cadeira nº 55 da Academia Brasileira de Farmácia
Militar (ABRAFARM), fundada em 16 de julho de 1985, por farmacêuticos das Forças
Armadas, sediada no Rio de Janeiro-RJ e que tem por finalidade congregar
os farmacêuticos militares e civis, bem como, os demais interessados
da área de saúde, com o objetivo de promover estudos farmacêuticos,
científicos-culturais, estimulando o aperfeiçoamento profissional,
especialmente em suas aplicações às atividades militares
de modo a incentivar sempre o engrandecimento da Farmácia no âmbito
das demais ciências e dentro dos padrões éticos-científicos.
Foi
membro da Associação Cearense de Farmacêuticos, da
Sociedade de Farmácia de Paris, da Sociedade de Química-Física
de Paris, da Sociedade Nacional de Farmácia de Buenos Aires, da
Sociedade Geral de Farmacêuticos da Polônia e da Academia
de História Internacional de Paris.
Publicou
várias obras, entre as quais: "Memorandum de Pharmacologia
e Therapeutica" e "Technica de Analyse de Urina".
A
Câmara Municipal de Mombaça aprovou requerimento do vereador
Fernando Antônio Alves de Alencar e o prefeito municipal de Mombaça
Ecildo Evangelista Filho sancionou a Lei Municipal nº 795/2015, de
5 de março de 2015, denominando nome de logradouro público
no bairro Centro da sede do município de Mombaça de Travessa
Major Farmacêutico Doutor José Benevenuto de Lima, que começa
na rua Antônio Pedro Benevides, terminando na rua José Frutuoso
de Sá e Benevides, detrás do Terminal Rodoviário
Nelson Castelo Teixeira.
Fontes:
Academia
Brasileira de Farmácia Militar, disponível em .
Acesso em 20 jan. 2020; Academia Nacional de Medicina,
disponível em .
Acesso em 7 abr. 2022; Arquivo Histórico do Exército,
disponível em .
Acesso em 21 jan. 2020; Associação
Brasileira de Farmacêuticos. Dicionário Histórico-Biográfico
das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930), disponível
em .
Acesso em 18 fev. 2015; Associação Paulista de Farmácia
e Química. Dicionário Histórico-Biográfico
das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930), disponível
em .
Acesso em 18 fev. 2015; BENEVIDES, Augusto Tavares de Sá e. Mombaça:
biografia de um sertão. Fortaleza: Imprensa Oficial do
Ceará, 1980; Botica Real Militar. Dicionário
Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde
no Brasil (1832-1930), disponível em .
Acesso em 18 fev. 2015; Escola de Veterinária do Exército.
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências
da Saúde no Brasil (1832-1930), disponível em .
Acesso em 18 fev. 2015; Academia Brasileira de Medicina Militar,
disponível em .
Acesso em 08 set. 2016.
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