HISTÓRIA
Representação da vila de Maria
Pereira, no século XIX, réplica em óleo sobre tela
(100 cm x 70 cm), de autoria de Kleber Pinheiro (2005).
CRIAÇÃO
DO MUNICÍPIO
A
pequena povoação de Maria Pereira foi desmembrada da vila
de Quixeramobim, sob protestos da mesma, e elevada à categoria
de vila através da Resolução ou Lei nº. 555,
de 27 de novembro de 1851, sancionada pelo então presidente da
Província, Dr. Joaquim Marcos de Almeida Rego, primeiro médico
que governou o Ceará.
No
ano de 1852, a 7 de novembro, em eleição tumultuada que
deveria ter acontecido no dia 7 de setembro (consta que o presidente Rego
arbitrariamente prorrogara a eleição da câmara e de
juízes de paz desta freguesia para que o padre Antônio José
Sarmento de Benevides pudesse assisti-la), o Partido Conservador elegeu
os sete vereadores que comporiam a 1ª Câmara Municipal da nova
vila. Segundo o jornal “O Cearense”, de tendência liberal,
foi necessário reforçar o destacamento com uma tropa de
linha para que o padre Sarmento de Benevides (deputado provincial em oito
legislaturas) não deixasse entrar na igreja, local da votação,
um só oposicionista, além de processarem clandestinamente
o coronel Rodrigo Francisco Vieira e Silva (bisavô paterno do ex-prefeito
de Mombaça Walderez Diniz Vieira [1977-1983]), líder do
Partido Liberal, para que o mesmo não pudesse comparecer à
eleição.
Feita
a apuração, saíram eleitos vereadores: Manoel Procópio
de Freitas, José Joaquim de Sá e Benevides, José
Gonçalves de Carvalho, Antônio Cláudio de Almeida,
Francisco Aderaldo de Aquino, João Alves de Carvalho Gavião
e Francisco de Góis e Melo, todos filiados ao Partido Conservador.
Em
15 de janeiro de 1853, a Câmara Municipal tomou posse e entrou em
exercício, assim como, de fato, instalou-se a nova vila, emancipando-se
político-administrativamente da vila de Quixeramobim, tendo como
seu 1º presidente (pai do desembargador Américo Militão de Freitas Guimarães,
1º vice-presidente da província do Ceará e que, com
a morte do Dr. Antônio Caio da Silva Prado, assumiu a presidência
no período de 25 de maio a 10 de julho de 1889, quando a entregou
ao presidente nomeado, senador Henrique Francisco d'Ávila) e bisavô do ex-vereador da Câmara Municipal de Mombaça Francisco Sidrião de Alencar Freitas.
(Fontes:
Mombaça: biografia de um sertão, de Augusto Tavares de Sá
e Benevides; Arquivo Público do Estado do Ceará - APEC)
Música-tema
da página: Odeon, de Ernesto
Júlio Nazareth (1863-1934), pianista e compositor
brasileiro, considerado um dos grandes nomes do "tango brasileiro"
ou, simplesmente, choro.
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